03 setembro 2009


O computador usado por Berners-Lee para criar o primeiro servidor web do mundo: internet só se popularizou em meados de 1990



Há exatos quarenta anos, não mais do que vinte pessoas se reuniram em um laboratório de Kleinrock, na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a fim de assistir dois computadores passando dados volumosos por meio de um cabo cinzento de cinco metros. Para muitos, era o nascimento da internet: um teste da uma rede militar Arpanet, motivado pela Guerra Fria.

A consolidação de uma rede de computadores ocorreu poucas semanas depois, em 29 de outubro, quando pesquisadores fizeram o servidor da universidade transmitir dados para outro servidor localizado 630 quilômetros ao norte, no Instituto de Pesquisa de Stanford.

As múltiplas redes só começaram a surgir anos adiante, na década de 1970, com a chegada dos protocolos TCP/IP. Os e-mails vieram logo em seguida, antes da virada para 1980. Na década seguinte, apesar de já existirem os sufixos padronizados “.com” e “.org”, quase ninguém usava a ferramenta de comunicação e poucos sabiam o significado da palavra “internet”.

O cenário só começou a mudar em 1989, com a chegada do WWW (World Wide Web), uma plataforma interativa criada por Tim Berners-Lee a partir da junção do hipertexto com a prática dos protocolos TCP e DNS. Dali em diante, a internet se tornou algo popular, sendo, enfim, chamada pelo próprio nome.

Ninguém imaginaria, porém, que, em menos de vinte anos, o número de pessoas conectadas chegaria a 1,5 bilhão. Neste meio tempo, seres humanos viraram “internautas” ou “usuários”, que passam cada vez mais horas em frente aos computadores, muitas vezes calados, mas emitindo e recebendo informações como nunca.

Além de notícias, da interatividade e da comunicação em tempo real, os internautas encontraram uma nova forma de entretenimento e de cultura. Para a revolta da indústria, o modo de consumir música e cinema mudou com a chegada do Napster e de muitos indexadores de BitTorrent, dos quais ainda sobrevivem Mininova e The Pirate Bay, entre outros.

“O grande dilema da internet nos próximos anos é se ficará como um espaço de liberdade, presente nos ideais de seus criadores desde o começo, ou se retrocederá a um espaço controlado”, diz Marcelo Branco, coordenador do projeto Software Livre Brasil e diretor do Campus Party.

As empresas de hoje, segundo Branco, precisam se readaptar ao modelo libertário da internet. “Não só as empresas de tecnologia, mas todas têm o grande desafio de abertura. No mundo da internet, os valores mudaram. Elas precisam se abrir se quiserem aproveitar o espaço, como é o caso do Google, por exemplo”, explica Marcelo Branco

O mundo parece viver uma época de transição e, como aconteceu nas décadas de 60, 70, 80 e 90, ninguém sabe prever o que mais a internet poderá trazer nos próximos anos. Se virão mais revoluções, interferências e invasões maliciosas, somente ela, a própria internet, poderá nos dizer. Uma coisa é quase certa: o spam continuará a existir.

Via info abril

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